segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Por que sou comunista?

Em discussão com dois amigos hoje me levaram a pensar... Afinal o que é ser comunista no Brasil, um país capitalista na segunda década do século XXI? O que é ser comunista vinte anos depois de 1991? Seria eu um hipócrita, um sonhador ou um faficheiro querendo ser alternativo... Um rebelde sem causa?
Às vezes as críticas nos colocam para refletir sobre coisas que se naturalizam em nossa vida e no nosso modo de ver o mundo. Bem, o que posso dizer é que sinto todos os dias um ódio que cresce do estômago e sobe pra garganta tomando forma quase sólida. Quase choro de ódio, mas me seguro.
Posso dizer: não sou hipócrita, acredito em um mundo melhor. Tenho obrigação de acreditar ou não serviria para ser um professor de história, não serviria para ser um pai.
As pessoas fazem muitas críticas ao me declarar comunista como se por isso eu tivesse que estar distribuindo meus pertences ou andando em farrapos. Sou comunista porque acredito que a Revolução de cunho marxista-leninista é a única via para mudanças estruturais na forma de distribuição de renda e terra no nosso país e no mundo. Não espere que eu possa te dizer como, quando e a viabilidade de isso ocorrer porque não se pode prever na história. Podemos tirar conclusões de panoramas favoráveis ou não de acordo com as experiências vividas. A revolução não será anunciada no seu horóscopo de domingo mas também não vira do nada.
Nenhum torcedor deixa de torcer para seu time porque ele não está no alto da tabela ou porque não é campeão a vários anos. O católico não deixa de acreditar porque não pode ver os milagres. Não vou deixar de ser comunista e acreditar que seja a melhor forma de organização social pelo motivo de a conjuntura brasileira não ser favorável a uma revolução. Quem pode dizer que daqui dez ou vinte anos não será? Quem pode prever a probabilidade de novas experiências do marxismo-leninismo em outras partes do globo? Quem achar impossível ou até pouco provável estará subestimando o poder que vem do povo e ignorando a história da humanidade. As coisas podem ser assim...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Você é o que você escolhe

Às vezes me perguntam por que parei de escrever. É difícil dizer ao certo, mas escrever sempre foi mais uma necessidade do que um prazer... Essa semana no transito comecei a pensar e este certo pensamento se tornou necessário compartilhar. Estava refletindo sobre o quanto temos das escolhas que fazemos e o quanto isso se torna uma dialética sem fim! Somos aquilo que escolhemos e o que escolhemos diz muito sobre o que somos.
Eu escolhi deixar o curso técnico de mecânica pra ser atendente de telemarketing... Depois me tornei supervisor e escolhi que seria mesmo era professor. Dentre as dezenas de cursos eu escolhi fazer aquilo que me daria satisfação intelectual e política. Escutei muitas críticas... Muitas doeram bem fundo, por virem de quem eu menos esperava nesse mundo. Mas não posso me queixar jamais... Eu escolhi.
Escolhi entre ter várias, ter apenas uma que me preenchesse o bastante pras outras não fazerem sentido. Escolhi me casar ser pai e ter uma vida tranqüila. Escolhi odiar os bancos e o sistema capitalista, escolhi ser comunista e paguei com o deboche alheio. Mas quem se importa? Foi uma escolha procurar meu pai depois de ele se esquecer de mim, do passado, das datas de aniversário, natal, dia das crianças e o dia dos pais. Ninguém me obrigou a nada e quando a vida me cobrou um caminho e não me deu certeza de nada, eu errei. Mas também eu acertei, e quando se toma uma decisão, seja ela precisa ou não... Vale à pena tentar!
As opções sempre existem, até a inação é fruto de escolha... A omissão é uma forma de ação, não há como fugir das escolhas, não há como ser imparcial. Sempre existem interesses em jogo, sempre se pode escolher um caminho, que não tem nada a ver com sucesso e fracasso. Pois como diria nosso Raul: ”Há tantos caminhos tantas portas/Mas somente um tem coração”. O acaso é só fruto das escolhas que você já esqueceu...As coisas são assim...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Vida


Vida, muitas idas e vindas
Muitos desgostos em muitos agostos
Seu sabor, sua vida, seu gosto
Só vejo no espelho o reflexo do seu rosto

Olho para os lados e vejo todo o caos criado
Tenho nas mãos uma carta que guardo com cuidado
Posso estar certo ou errado
Mas por favor, não me deixe de lado

Ando, ando sem saber onde vou parar
Só sei que não quero
Parar de andar
Só sei que preciso recomeçar nos braços de outro olhar

Olho para o céu e vejo todo infinito
E percebo a fina linha entre a realidade e o mito
Toda dor que sinto, todo medo que pressinto 

domingo, 5 de junho de 2011

Brava gente


O gozo
O rito
A fita vermelha
Rompida com um berro
A repressão com mãos de ferro
Uma criança violada
Em berço pátrio, em sua terra
O beco escuro
de onde se ouve o sussurro
de prazer
   de medo
       de pavor, desespero
O gato preto de olhos profundos
O gueto imundo
O velho mudo
e o jovem surdo
A hipocrisia latente nesta gente
que sente orgulho
de ser esperta
mais venenosos que a serpente
gente indecente
que de brava não tem gente
Colocam a culpa nos políticos
elegem palhaços
e promovem e sustentam este ciclo
O preço é caro
São todas marcadas as cartas
deste baralho!
Ainda sim cantamos o hino
cantamos não, fingimos
fugimos, fugimos
Em cada copo de cerveja
em cada papo fiado na mesa
Nos campos, nos gramados
Esquecemos nossa história
esquecemos os inimigos
as torturas
   e as glórias
O sangue escorrido
As lágrimas choradas das mães
não informadas
As forças armadas
sua podridão e suas medalhas
sua honra desgraçada
todo esse circo de lorotas
mal contadas
Oh brava gente!
que piada
gente que de brava não tem
nada
nascida em uma pátria que não
é amada
Porra de hipocrisia desgraçada!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mais um vivo morto


A noite cai
Uma porta se abre e um velho sai
Anda com dificuldade
Tropeça e quase cai
Com os olhos para o céu
Se conserta, meio desconsertado e vai

Barba por fazer, cabelos compridos
Olhos profundos e deprimidos
Parecia meio perdido
Ou talvez apenas mais um mendigo
Talvez só mais um homem fudido
Talvez nada com muito sentido
Ou homem apenas andando neste
mundo perdido

O homem velho anda já meio morto
Anda meio torto
Seus cabelos cobrem o rosto
Carrega em uma das mãos um vinho do Porto
Mais um homem vivo morto
Mais um homem sem rosto

Eu tenho pena de você

Eu tenho pena de você que sente pena de si mesmo. Você que segue a moda a qualquer preço, que se veste bem pra esconder o "nada" que esconde em seu peito. Eu tenho pena de você que não me olha nos olhos, que mendiga carinho e atenção... Filho único, eu tenho pena de você. Aprenda, a mamãe não pode te dar o mundo... Ele não é seu! Aprenda, perder faz parte do jogo e não adianta fazer birra e nem chorar. Eu tenho pena de você pois ainda não é homem, seus atos não estão em sincronia com a idade. Eu tenho pena de você pois ainda não sabe viver, ainda não sabe conhecer, conquistar e amar... Mas deixa pra lá. As coisas são assim...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Não morra antes do corpo!


Um dia qualquer em qualquer lugar... Talvez nessa data aconteça qualquer coisa que possa estar esperando ou não. Mas o fato de esperar ou não, não interfere na coisa deixar ou não de acontecer. O fato de eu crer, não necessariamente quer dizer que aquilo tem que acontecer. Pro inferno com todas as regras de vida! Pro inferno com o conceito burguês de sucesso na vida! Temos medo demais de tentar, de errar! Temos medo do conceito de fracasso... Sendo que a cada dia que nasce existe uma possibilidade real de fazer tudo diferente, de ser outra pessoa! Nós reivindicamos liberdade, mas nos prendemos a vida toda nas amarras da rotina, da preguiça e do medo de buscar um novo caminho pra felicidade. Pensamos sempre no pior, carregados de um pessimismo católico que data de outros séculos.
Não estou querendo entrar no clichê de dizer que devemos viver como se cada dia fosse o último, as pessoas que pensam assim terão dificuldades de chagar aos 40 anos. O lance é não sentenciar o resto de sua vida a uma decisão que tomou no passado. Se hoje quero ser professor e amanhã ou depois achar que isso não me traz mais prazer, ainda há tempo de mudar a rota que se toma... Sempre há tempo de mudar. Algumas pessoas morrem antes do corpo. As coisas são assim...