sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mais um vivo morto


A noite cai
Uma porta se abre e um velho sai
Anda com dificuldade
Tropeça e quase cai
Com os olhos para o céu
Se conserta, meio desconsertado e vai

Barba por fazer, cabelos compridos
Olhos profundos e deprimidos
Parecia meio perdido
Ou talvez apenas mais um mendigo
Talvez só mais um homem fudido
Talvez nada com muito sentido
Ou homem apenas andando neste
mundo perdido

O homem velho anda já meio morto
Anda meio torto
Seus cabelos cobrem o rosto
Carrega em uma das mãos um vinho do Porto
Mais um homem vivo morto
Mais um homem sem rosto

Eu tenho pena de você

Eu tenho pena de você que sente pena de si mesmo. Você que segue a moda a qualquer preço, que se veste bem pra esconder o "nada" que esconde em seu peito. Eu tenho pena de você que não me olha nos olhos, que mendiga carinho e atenção... Filho único, eu tenho pena de você. Aprenda, a mamãe não pode te dar o mundo... Ele não é seu! Aprenda, perder faz parte do jogo e não adianta fazer birra e nem chorar. Eu tenho pena de você pois ainda não é homem, seus atos não estão em sincronia com a idade. Eu tenho pena de você pois ainda não sabe viver, ainda não sabe conhecer, conquistar e amar... Mas deixa pra lá. As coisas são assim...