sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mais um vivo morto


A noite cai
Uma porta se abre e um velho sai
Anda com dificuldade
Tropeça e quase cai
Com os olhos para o céu
Se conserta, meio desconsertado e vai

Barba por fazer, cabelos compridos
Olhos profundos e deprimidos
Parecia meio perdido
Ou talvez apenas mais um mendigo
Talvez só mais um homem fudido
Talvez nada com muito sentido
Ou homem apenas andando neste
mundo perdido

O homem velho anda já meio morto
Anda meio torto
Seus cabelos cobrem o rosto
Carrega em uma das mãos um vinho do Porto
Mais um homem vivo morto
Mais um homem sem rosto

Nenhum comentário:

Postar um comentário